#Entrevista: Michael Band revela sobre novos passos da sua carreira

Michael Band é cantor, compositor e violonista, começou jovem na música, teve bandas, se apresentou no estádio do Morumbi para uma multidão, viajou, morou fora e agora se aventura em outros ares, quer dizer, em outros ritmos, do pop dançante o cantor hoje se encontra mais romântico e com pegada sertaneja, com letras que tocam o coração e a alma, ele resolveu falar sobre seu novo momento na carreira, inspirações e claro, sobre o atual mercado de música, confira:

Soda Pop: Você começou muito jovem na música, como vê hoje em dia esta forma de consumir música?
Michael Band: Eu peguei a fase do toca fita, lembro da minha mãe com o toca fita, que colocava na cintura para correr, peguei a fase do disckman, eu tinha CD, peguei a fase do MP3, que se fazia download e comprava música. E agora a fase de streaming, é engraçado acompanhar, eu acho que a gente não dita o que vai acontecer, a forma que a música vai ser consumida, a nossa função é acompanhar e fazer a música chegar no público, tocar com aquela canção. Eu como cantor e compositor não me incomodo, porém para a gravadora a diferença entre venda de CD e streaming é muito grande. Mudou no bom sentido, com a facilidade de chegar até as pessoas, ter acesso à música do mundo inteiro, seja de um cantor famoso que você gosta ou de um cantor independente. E a independência de escutar a música que você quer, na hora que você quer.

SP: Aproveitando que estamos no assunto de streamings, você acha que a concorrência ficou bem maior com as plataformas de músicas e YouTube? Ficou mais difícil de trabalhar?
MB: Eu acredito que sim, facilitou e isso é ótimo – porém ainda há a máquina da música, precisa de investimento, de dinheiro e não é fácil, mas facilitou por exemplo, o cara que faz um beat do quarto dele ter milhões de visualizações e virar um artista que faz show. Antigamente você tinha que levar seu material na gravadora, torcer para escutar e te chamarem para uma reunião, não vou dizer que hoje em dia é fácil, mas deixou mais democrático, todo mundo tem uma chance.

O rap é um gênero musical, por exemplo, mais underground que estoura sem gravadora, sem nada. A chance de você atingir mais pessoas com sua música produzida do quarto aumentou demais, ao passo que a concorrência seguiu o mesmo passo. Tem muita gente fazendo muitos estilos musicais, tem muita música para consumo, talvez tenha dificultado neste sentido.

SP: O público ainda é fiel à algum artista ou com esta pluralidade ele foi se perdendo?
MB: Hoje o público está um pouco menos fiel e super entregue do que era antigamente. Como você consome com muita facilidade coisas variadas, as vezes você só escuta duas músicas de um artista X, uma de um certo artista Y e outra de um A, B, C, não necessariamente você é o maior fã daquele artista, mas você escolheu a música dele para colocar na sua playlist. Tem artista que você consome o álbum inteiro, como por exemplo o último CD do Ed Sheeran, de qual sou fã, não só eu, mas uma galera gostou do álbum todo, foi no show, comprou camiseta e por aí vai. O fanatismo diminuiu um pouquinho.

A playlist facilitou o consumo muito rápido de faixas independentes do álbum, não nos deixando tão vidrados em um artista só. Eu me excluo um pouco disso, por trabalhar com música, procuro escutar o álbum inteiro, e acabo gostando de várias músicas. Hoje a galera coloca até no TOP 50 para ver o que está tocando e passeia por vários estilos e músicas diferentes.

Michael Band (Ph: Andy Santana)

SP: Aproveitando que estamos falando de ídolos, quais são suas inspirações? ídolos?
MB: Eu separo um pouco assim: Brasil – gosto assim do meu seguimento (sertanejo romântico) – Luan Santana, pelo artista e pela carreira que ele construiu. Excluindo Jorge & Mateus que já é lenda, eu gosto muito de Zé Net & Cristiano, Marília Mendonça, aqui ainda gosto de Anavitória, na noite escuto funk e adoro. De fora eu curto muito um irlandês chamado Foy Vance, gosto muito do Ed Sheeran por ser o oposto do comercial.

SP: E de todos estes artistas, poderíamos esperar algum feat.?
MB: Ah! Sonho a gente tem né?! Mas conseguir fazer alguma coisa com Zé Neto & Cristiano é outra coisa (risos). Mas se um dia eu puder e tiver a honra de gravar com qualquer um desses, seria um grande prazer. E não só com eles, tem muita gente boa que se houver conexão, a intenção é só somar.

SP: Falando de transição, como foi migrar do pop para o sertanejo romântico?
MB: Sou bem eclético, sempre gostei de tudo. Nos próprios shows do P9 (banda adolescente a qual Michael fez parte), que a gente fazia longo, eu enfiava algumas músicas sertanejas para nós fazermos estes momentos. Mas foi um momento e a oportunidade que tive de viver coisas maravilhosas com a banda, porém hoje o som que faço me representa mais, é autoral. Na verdade é estranho para quem não me conhece, porque pra mim é natural, era algo que eu já gostava e escrevia, só que agora eu faço isso que me representa.

SP: Como é o Michael 2014/15 e o Michael 2018?
MB: Eu sempre fui muito responsável, eu era meio velho de cabeça, já na época da banda eu queria acompanhar de perto tudo, e hoje eu tenho autonomia e confiança para bater o pé e brigar pelo o que eu quero. Acho importantíssimo fazer parte de todo o processo para ter a sua cara, pois as pessoas vão querer fazer do jeito delas e te dizer o que é melhor pra você. Hoje tenho menos medo de falar o que eu quero e no que eu acredito. Esta foi a maior mudança. Mas eu aprendi muito com a banda, sobre o mercado e contatos profissionais.

SP: Fale um pouco do seu último single e do que podemos esperar dos próximos?
MB: Insônia é composição minha e o próximo single também, eu gosto muito de romântico, se me deixar eu faço um álbum inteiro só com músicas românticas. Insônia não teve como intenção da pessoa consumir na balada ou procurar por algo mais agitado, a proposta foi da pessoa ouvir e se deliciar com a canção e procurar saber mais, ter vontade de assistir um show, escutar durante o dia ou no final de semana. Eu quero ter coisas mais animadas, eu gosto também, mas a música lenta me toca mais.

No próximo single podemos esperar um pouquinho mais pra cima, o papo continua romântico, mas talvez o arranjo mais animado.

SP: Como está a agenda de shows?
MB: Estamos vendo de fechar mais alguns shows, o meu empresário é o mesmo da Paula Mattos, estamos vendo a possibilidade de eu abrir alguns shows dela. Ainda precisamos acertar aquela música para a agenda ficar movimentada, ter mais repertório para apresentar cada vez mais um show completo e criar um conceito.

Quiz:

Um lugar para compor: Nova York – gosto da vibe meio estranha que ajuda a compor.
Um lugar para morar: Rio de Janeiro – eu amo Rio.
Um lugar para fazer show: São Paulo – é o melhor público do mundo.
Um lugar para amar: Amar não tem lugar não, depende da pessoa que você está, qualquer lugar é lugar.

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Andy Santana

CEO do Soda Pop, fotógrafo, inquieto, formado em moda e que ama música. Não exatamente nesta mesma ordem!

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