Juliana Jabour: Inspiração, cópia ou coletivo criativo?
Em um ano atípico para todos os setores, devido à pandemia da Covid-19, alguns eventos foram adiados e/ou realizados remotamente com a ajuda da tecnologia, como foi o caso da SPFW, a semana de moda mais importante do país.
No começo de novembro, algumas marcas apresentaram suas coleções através do evento, que contou com os desfiles no formato tradicional (Juliana Jabour e À La Garçonne) e também com vídeos conceituais, como foi o caso da Another Place e Lenny Niemeyer.
O que chamou a atenção na coleção da Juliana Jabour foi a temática: baseball americano. Reinterpretando os códigos e as estampas tão característicos do esporte, a estilista apostou numa moda streetwear despojada que flerta com a alfaiataria, fazendo um duo, já conhecido e usual na marca. Porém uma estampa em específico chamou muito a nossa atenção, a reprodução de uma tacada do esporte em forma de rapport, a estampa é branca em um fundo azul escuro.
A coincidência é que a estampa se assemelha e muito, com uma apresentada um mês antes pela Louis Vuitton na collab da NBA, liga de basquete americana. Na coleção masculina da LV, a estampa reproduzida em padronagem é a de um jogador realizando uma jogada. Com a estampa preta em um fundo cinza claro, a grife francesa recriou seus característicos códigos centenários.
A coincidência pode ser pelo famoso “espírito coletivo”, onde várias empresas e estilistas bebem da mesma fonte de pesquisa (bereaux de estilo e sites de prospecção de maxi tendências). Mas este não seria um caso isolado na identidade da Juliana Jabour, em 2007 a revista Piauí apresentou um modelo da estilista mineira que era uma cópia de cor, modelo e aviamentos de uma coleção apresentada pela inglesa Stella McCartney.
Hoje em dia, é muito mais fácil viajar pelas pesquisas de imagens, com tantos APPs e redes sociais, como o Instagram, Pinterest e Twitter em que a novidade voa na velocidade da luz, aí nos resta a dúvida: é inspiração, cópia ou coletivo criativo?