#Crítica: “Rua Azusa” encerra ciclo com lágrimas nos olhos e novo local
Os céus ouviram nossos clamores, “Rua Azusa – O Musical”, fez grande temporada no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, sempre com sessões lotadas e até recebeu Bruna Marquezine na plateia, encerrou sua temporada no teatro mais tradicional da capital, mas anuncia mais três datas extras. O Teatro Brigadeiro recebe para um único final de semana o espetáculo que narra o conflito entre brancos e negros nos Estados Unidos e a consagração do gospel.
Em 1906 os Estados Unidos a segregação racial era tão forte que brancos e negros não se misturavam, apenas em alguns momentos, de prazer da carne em prostíbulos ou em algum local público, mas um homem, negro, filho de escravos e conhecido por William Joseph Seymour, muda a história e cria uma nova geração, onde a Rua Azusa fica conhecida mundialmente e perdura até hoje.
Com nomes fortes no elenco, como Soraya Moraes (Laura Smith) e Jéssica Augusto (Miss Califórnia) o musical consegue transcender a barreira do gospel americano e nos leva em uma viagem no tempo, onde a dor na carne é dilacerada com a chibata nas costas, marcado no tempo pela cor e credo, mas nunca abalando a fé de que novos tempos virão e melhores se apresentarão. O clamor tão forte e tão junto pôde ser sentido com um desastre natural que não só tocou na vida das pessoas, mas diretamente na alma de muitos.
O espetáculo que faz um convite para louvar junto, conseguiu agregar uma parcela grande do público evangélico que se sentiu representado no palco, pelo atores e cantores, que retrataram um momento importante e único para a religião e civilização norte americana.
Crédto: foto: Wendy Vatanabe Cruz