#Entrevista: 10 perguntas para Pedro Navarro

Aos 24 anos, o ator e cantor Pedro Navarro, que ficou conhecido ao interpretar o personagem Lamar, na mais recente montagem brasileira de “Godspell”, em 2016, vive agora um novo grande momento profissional em “Peter Pan, o Musical da Broadway” como Smee. Pedro encontrou um tempo em sua agitada agenda para conversar com o Soda Pop e contar algumas curiosidades, confira:

Pedro Navarro e grande elenco em Peter Pan – o Musical (Foto: Luís França)

Soda Pop: Pedro, em 2016 você estrelou “Godspell” e em 2018 está em cartaz com “Peter Pan”, quais diferenças e semelhanças entre seu primeiro musical profissional e o atual?
Pedro Navarro: Cada obra tem seu foco em um tipo de linguagem. O Godspell tinha uma exigência vocal bem diferente, era bem pop/rock e com banda. Uma linguagem bem mais desconstruída. O Peter tem uma exigência física muito maior, e tem o fator ‘fantasia’, que influencia muito a interpretação. O que os dois shows têm em comum é a intensidade, tanto o Godspell como o Peter Pan possuem uma intensidade forte e precisam de uma disponibilidade enorme, são maratonas, e exigem muita concentração e jogo cênico em todas as performances.

SP: O Smee é muito divertido e ganhou destaque na montagem, como você conseguiu construir o personagem e deixá-lo tão engraçado? E como foi a reação ao se tornar querido pelas crianças?
PN: Foi muito divertido e foi muito livre. Como o Smee é sempre retratado de forma mais madura, é sempre mais velho que o capitão, e também com as mesmas características físicas, de voz e etc., eu resolvi, já que sou jovem, tentar experimentar tudo o que normalmente não fariam no personagem, como rolar no chão, sambar, falar bem alto, sem muita noção de espaço pessoal, e assim ele foi surgindo… Processo de criação não tem muito acerto e nem erro, inclusive não dá para ter medo de errar, pois é o erro que nos ajuda a analisar o que funciona no palco.

Nas primeiras sessões para as crianças eu fiquei assustado, não esperava que as elas iriam entrar tanto na onda do Smee, e preciso dizer que eu amo, é uma delícia. O elenco se emociona muito porque, muitas dessas sessões, são para crianças que nunca haviam ido ao teatro antes, então a entrega delas como plateia é maravilhosa. 

SP: Se tivesse que escolher entre ser criança para sempre na Terra do Nunca ou ter uma família, o que escolheria e porquê? Você tem alguma “Terra do Nunca” para onde você vai para relaxar e distrair?
PN: Ter uma família, com certeza. Eu acho que todos nós precisamos lembrar de como é bom ser criança, criança não tem preconceito, criança não julga, criança só quer ser feliz. Porém nós precisamos amadurecer para continuar levando objetivos para a fase adulta, tanto para nós quanto para o mundo. Talvez querer ser sempre criança seja uma tentativa de não assumir a responsabilidade que temos pelo bem-estar e a vida das outras pessoas. Então, por que não juntar todas as qualidades das crianças com o nosso poder e influência de adultos?

Minha terra do nunca é minha cama e meu fone de ouvido (risos).

SP: Qual maior desafio que encontrou até hoje nos palcos?
PN: Não encaro como um desafio, mas é difícil as vezes desligar de algum problema pessoal e subir no palco sem deixar isso influenciar no seu trabalho, todo o ser humano lida com isso, e acho que no teatro não é diferente.

SP: Existe algum papel dos sonhos ou algum musical que queira estrelar?
PN: Tem alguns musicais que gosto muito e alguns personagens que me identifico também. No momento acho que o que mais tem a ver comigo é o Dewey Finn, do ‘Escola do Rock’, ele canta como um rockstar e ainda faz piada o show inteiro, melhor impossível!

SP: Além de estar em cartaz, você é Vocal Coach, como consegue administrar o tempo entre estudo, trabalho e lazer?
PN: Tentando dar prioridades e equilíbrio. Se estou em período de ensaio, por exemplo, tento dar prioridade a ele para poder aproveitar ao máximo e estar com a saúde e energia a postos, e vice versa. Querer abraçar o mundo de uma vez é sempre complicado.

SP: O que é fundamental para ser um bom ator de musicais?
PN: Estudo, preparo e leveza. Sem estudo não existe talento que te dê sustentabilidade. Sem preparo não existe confiança que te de segurança. Sem leveza, não é possível, emocionalmente, administrar esse preparo e estudo todo e diminuir a pressão que tem a auto cobrança.

SP: Você que já passou um tempo fora, tem vontade de atuar no exterior?
PN: Tenho muita, e tudo pode acontecer…

SP: Na sua opinião, cinema ou teatro?
PN: Que difícil, como espectador os dois (risos). Para fazer, com certeza teatro.

SP: Quais são os próximos planos?
PN: Ainda estou de cabeça no Peter Pan, mas tem muita coisa se desenrolando, e estou muito feliz sobre a direção que algumas delas estão acontecendo. Vamos ver ahahaha…

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Andy Santana

CEO do Soda Pop, fotógrafo, inquieto, formado em moda e que ama música. Não exatamente nesta mesma ordem!

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