#Entrevista: Diego Moraes conta tudo sobre #ÉQueEuAndoDeÔnibus seu novo disco

Diego Moraes foi finalista no Ídolos 2009, está lançando seu segundo álbum de estúdio o “#ÉQueEuAndoDeÔnibus”, que flerta com jazz, mpb, pop e o qual ele utiliza de sua voz e seu alcance para transmitir mensagens que vão além das canções. Diego encontrou um tempinho durante sua maratona de divulgação para conversar sobre este novo projeto que já chega cheio de frescor. Confira a seguir:

Diego Moraes (Divulgação)

Soda Pop: Diego, você saiu de um reality show e hoje trilha seu próprio caminho, como foi este aprendizado e o que refletiu no seu trabalho?
Diego Moraes: Foi muito importante participar de um reality show pra eu entender mais como funciona a indústria da música. Logo após o programa, eu fui contratado por uma grande gravadora, o que provavelmente encurtou o caminho de um artista como eu que cantava em bares. Foi importante conhecer a indústria da música pra ter a certeza de que eu gostaria de ser um artista independente. Rs.

SP: #ÉqueEuAndodeÔnibus é um álbum que flerta com a MPB e com a cadência do jazz, como você vê hoje em dia esta mistura de estilos na música?
DM: Eu acho que essa mistura se chama pop. Dentro da própria MPB a gente vê muitas músicas com referências do jazz, vide Chico Buarque, com a música A História de Lily Braun, que flerta muito com o jazz. Já dizia Andy Warhol, o Pop é gostar das coisas. Então, a gente pode misturar as coisas pra fazer a música do jeito que a gente acredita.

SP: O álbum tem letras autobiográficas, compostas por histórias ouvidas dentro do transporte público, o coletivo é tão rico com a cultura popular? Como esta influência se reflete no seu processo de criação?
DM: Eu não acredito em um processo de criação, acho que o natural é o que vai rolando. O que me influencia é abrir os meus ouvidos pro que o mundo tá me dizendo. Eu sou apaixonado pelo coletivo, pelo desconhecido e o ônibus é um lugar onde tudo acontece.

SP: Demode é uma canção gostosa de ouvir (minha preferida do álbum) e podemos notar influências e referências nela, o que estaria “fora de moda” pra você hoje em dia?
DM: Tá fora de moda ficar espantado com pessoas se beijando na rua, tá fora de moda a moda. Tá fora de moda existir o tabu. E sofrer também. Sofrimento existe, mas a dor é uma opção.

SP: Você prefere o que é “Muderno” ou “Demode”?
DM: Uma é o complemento da outra. Eu sou mais Muderno. O Demode é uma música que me salvou e eu não quero mais precisar ser salvo de novo.

SP: Gostaria que você comentasse um pouco sobre o porque da releitura de “Balada do Louco” da Rita Lee e também o porque da escolha de cantá-la em inglês?
DM: Foi uma ideia do meu produtor musical, Edu Capelo, e eu achei o máximo. Sempre gostei muito dessa música. Ela tem muito a ver com o que eu penso, que não existe uma maneira certa de viver. E fazê-la em inglês foi ideia de um outro amigo nosso, que mora nos Estados Unidos. A gente quis fazer essa versão para distribuir em algumas rádios lá fora.

SP: Suas letras tem um pouco de discurso político nas entrelinhas, hoje é importante usar a arte para discutir e debater questões que a sociedade não está habituada?
DM: Sim, eu acho que se eu sou um artista e tenho voz, eu tenho uma responsabilidade. Eu escolho ou falar sobre as coisas que já estão sendo ditas ou sobre coisas que não foram ditas e que nós vivemos e precisam ser explícitas de forma mais didática para as pessoas entenderem. A arte tem essa capacidade. Eu, enquanto artista, escolhi esse caminho, de falar sobre assuntos que não deveriam ser políticos, mas são: beijar uma pessoa do mesmo sexo, ser negro, tudo isso é político.

SP: O que não é recomendado à sociedade?
DM: O preconceito. Essa música é uma ironia, mas o que não é mais recomendado à sociedade é existir algo que não seja recomendado à sociedade.

SP: Aproveitando que no disco tem um dueto com Fernanda Dias, teria algum outro artista que você gostaria de contribuir e dividir os vocais?
DM: Nossa, vários. Primeiro a Amy Winehouse, um dia ainda vamos cantar juntos. Eu gosto muito da IZA, ela canta muito, amo a Maria Rita também, Jamie Cullum, Luiza Sobral, Salvador Sobral e Elza Soares.

SP: O que podemos esperar deste novo projeto? Turnê? Já tem definida datas e locais de shows?
DM: A ideia é não esperar nada. É fazer acontecer. Risos. Já temos algumas datas definidas, sim. Dia 22 agora, lanço o disco em São Paulo, no JazzNosFundos. Aí, em julho, me apresento dia 20 n’A Autêntica, em BH e dia 21 no Inverno Cultural, também em Minas. No dia 10 de agosto temos um show no Baixo Augusta. E setembro tenho duas apresentações agendadas já, uma no Sesi Piracicaba, dia 15 e outra no Sesi Rio Claro, dia 22. Mas com certeza, vamos preencher essa agenda com mais shows em breve.

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Andy Santana

CEO do Soda Pop, fotógrafo, inquieto, formado em moda e que ama música. Não exatamente nesta mesma ordem!

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