Resenha: Sentindo na Própria Pele
Nos autos dos seus 97 anos, Tonha, uma escrava revisita sua história de luta, amor, castigos e afinidades, descrita no romance espírita “Sentindo na Própria Pele”, de Mônica de Castro.
A narrativa acontece quando a abolição da escravatura é uma realidade em nosso país. Mesmo com a alforria em mãos, a escrava idosa se recusa a partir da fazenda onde foi criada, e em forma de agradecimento reconta sua jornada a dois jovens que serão o futuro de um país que busca pela igualdade das raças.
Marcada pela travessia entre África e Brasil, Tonha chegou ao país com a missão de ser uma boneca preta para a sinhazinha Alice. Com todos os infortúnios que conhecemos sobre a escravidão, ler relatos de castigos é uma parte pungente do romance. Nem só de sofrimento a história contada por Mônica de Castro é marcada, e sim pela bondade da personagem central que busca entender que o escravo não é um objeto e sim um ser humano.
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Com vidas entrelaçadas, os ensinamentos do espiritismo são claros e demonstrados com exemplos de outras vidas. Mesmo que seja datado, o livro aborda assuntos que fazem parte de pautas atuais na sociedade.
Os enlaces de outras vidas e os resgates das feridas são um caminho para olharmos para nossos erros e tentarmos melhorar dia após dia. Um dia chegaremos lá, onde as raças, as cores e as crenças não serão importantes e muito menos motivo para crimes e racismos.
Livro: Sentindo na Própria Pele
Autora: Mônica de Castro
Editora: Vida & Consciência
Avaliação: 4/5
Páginas: 371