Espetáculo que relata o desastre de Chernobyl faz apresentação gratuita em Praia Grande
No dia 26 de abril de 1986 o mundo acompanhou com perplexidade as notícias de que uma explosão havia destruído o reator nuclear da usina de Chernobyl, próxima à cidade de Pripyat, na Ucrânia. Após o desastre, a região foi esvaziada e a população nunca mais pôde voltar, deixando suas casas, seus bens e, principalmente, suas histórias para trás. Essa é a tônica do espetáculo Chernobyl, que estreou em 2019 em São Paulo, foi sucesso de crítica e público e agora faz uma apresentação gratuita em Praia Grande, no Teatro Municipal Serafim Gonzalez, no dia 1º de julho, às 20h.
O espetáculo foi escrito pela dramaturga francesa Florence Valéro, tem direção de Bruno Perillo e as atrizes Carolina Haddad (que também traduziu o texto), Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery no elenco.
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O texto, capaz de inserir o público no centro dos acontecimentos, foi escrito em 2017 pela dramaturga francesa Florence Valéro, nascida no mesmo ano do acidente nuclear. “Profundamente agitada, saturada com informações sobre a catástrofe e suas precipitações, eu já não tinha gosto nenhum pelo naturalismo gélido e desejava recorrer à fábula para falar das raízes perdidas. Porque as vítimas de Chernobyl são exiladas, gente forçada a deixar suas casas, sem jamais revê-las. Imaginei de partida os porta-vozes do conto, pesquisadores da zona de exclusão, convivendo com os vestígios radioativos. O que eles têm para nos dizer? Eles vão nos contar a história de que personagens?”, provoca a autora que deu vida à história.
Desde o início, o espectador é apresentado à boneca Antonia, protagonista-narradora da trama, cujos olhos de vidro cor esmeralda veem tudo ao redor. Antonia tem consciência do que está acontecendo, porém, assim como os demais personagens inseridos na catástrofe, sente-se impotente e incapaz de agir frente ao horror do que se anuncia. A boneca, do mais fundo de seu ventre, “deseja, sofre e grita”, enquanto acompanha a dor de “sua família” no exílio forçado, no desamparo pelas autoridades, na vida que ficou e nunca mais voltará.
Serviço:
Dia: 1º de julho, 20h
Teatro Municipal Serafim Gonzales
Avenida Presidente Costa e Silva, 1.600, Boqueirão
Ingressos gratuitos: – devem ser retirados 1 hora antes da apresentaçãoDuração: 95 minutos
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos