“Brenda Lee e o Palácio das Princesas” se apresenta no Sesc Guarulhos
Considerada referência na luta pelos direitos LGBTQIA+, a ativista Brenda Lee (1948-1996) foi homenageada em 2022 pelo musical Brenda Lee e o Palácio das Princesas, vencedor dos prêmios Bibi Ferreira (de atriz revelação em musicais e melhor roteiro), APCA (de melhor espetáculo do ano) e Shell (de melhor atriz).
O espetáculo faz duas apresentações no Sesc Guarulhos nos dias 5 e 6 de agosto. O trabalho tem dramaturgia e letras de Fernanda Maia, direção e figurinos de Zé Henrique de Paula e música original e direção musical de Rafa Miranda. O musical traz em cena seis atrizes transvestigêneres, Verónica Valenttino, Olivia Lopes, Tyller Antunes, Andrea Rosa Sá, Elix e Leona Jhovs, além do ator cisgênero Fabio Redkowicz. A orquestra é formada por Rafa Miranda (piano), Juma Passa (contrabaixo), Rafael Lourenço (bateria) e Carlos Augusto (guitarra e violão). Já a preparação de atores é assinada por Inês Aranha e a coreografia por Gabriel Malo.
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Ao contar a história da travesti Caetana, que ficaria conhecida como Brenda Lee, o espetáculo cria uma discussão sobre a luta das travestis nas ruas de São Paulo, a escassez de oportunidades que as impele à prostituição e como foram apoiadas pela protagonista.
Brenda nasceu em Bodocó (PE) em 1948, e mudou-se, aos 14 anos, para São Paulo, onde trabalhou com a prostituição até meados dos anos 1980, quando decidiu comprar um sobrado no Bixiga e abrir uma pensão para acolher travestis em situação de vulnerabilidade, muitas delas infectadas pelo vírus HIV/AIDS. O espaço foi muito importante porque, na época, como se sabia muito pouco sobre a epidemia, a maioria das travestis soropositivas estava condenada ao preconceito, à violência, ao abandono e à solidão. E, por esse trabalho essencial, a ativista passaria a ser conhecida como “anjo da guarda das travestis”.
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Mais tarde, o centro de apoio à população trans seria reconhecido como a primeira casa de acolhimento a pessoas com HIV/Aids no Brasil. Chamada de Palácio das Princesas, a instituição firmou convênios com a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e com o Hospital Emílio Ribas. E graças a um trabalho conjunto, essas entidades aprimoraram a forma de atender pacientes soropositivos, independente de gênero, sexo, orientação sexual e etnia.
Aos 48 anos, em 28 de maio de 1996, no auge de seu projeto, Brenda foi assassinada e encontrada no interior de uma Kombi estacionada em um terreno baldio, com tiros na região da boca e no peitoral. O crime teria sido motivado por um golpe financeiro cometido por um funcionário da casa. Em 2008, foi criado o “Prêmio Brenda Lee”, que contempla personalidades que se destacam na luta contra o HIV e prevenção da Aids.
Serviço:
Brenda Lee e o Palácio das Princesas
120 minutos
Dias 5 e 6 de agosto no Sesc Guarulhos (R. Guilherme Lino dos Santos, 1200)
Sábado, 20h
Domingo, 18h
Ingressos: R$ 40 (inteira) R$ 20 (meia) R$ 12 (credencial-plena).