Confira a programação da 12ª Edição da Bienal Sesc de Dança

A 12ª edição da Bienal Sesc de Dança segue até 10 de outubro com uma programação que contempla as investigações de artistas de diferentes regiões do Brasil e espetáculos internacionais. A curadoria reuniu um grupo transversal de programadores do Sesc SP que se debruçou nas discussões que a dança tem lançado e enfrentado nestes quase dois anos com o corpo confinado nos espaços e nas telas. 

A programação é gratuita e acontece no perfil do Instagram do Sesc Ao Vivo (@SescAoVivo), no canal do YouTube do Sesc São Paulo (Youtube.com/sescsp) e Plataforma Sesc Digital (sesc.digital).

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Conversa pra Boy Dormir – Mexa + GRUA (Brasil/SP) 
Data: 4 de outubro | segunda | 19h 
Local: youtube.com/sescsp
Ao vivo da Piscina Sesc 24 de Maio

A aproximação até então inédita dos grupos Mexa e GRUA – Gentleman de Rua vem possibilitando pororocas artísticas singulares ao longo deste ano de 2021. Para a Bienal, o ajuntamento de pessoas trans, travestis e homens cis (quando alguém se reconhece com o gênero designado ao nascer) convida a percorrer trajetos e atravessamentos ficcionais entranhados na cidadania.

NO HACER NADA pulverizar – Fausto Ribeiro e Lucía Sismondi – Istmo Nómade (Brasil/Uruguai)
Data: 4 de outubro | segunda | 21h 
Local: youtube.com/sescsp
Duração: 30 minutos.

A situação da espera e os efeitos dela orientam a pesquisa e criação da performer uruguaia Lucía Sismondi e do diretor brasileiro Fausto Ribeiro. Em formato de curta-metragem, o solo de dança desenvolve-se a partir de noções física e interiorizada do que é considerado presença, permanência, disponibilidade e virtualidade. “Esse trabalho é um convite a contemplar o tempo saturado de nosso cotidiano”, consideram.

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Abismo – Ninety9 Art Company (Coreia do Sul)
Data: 5 de outubro | terça | 21h 
Local: youtube.com/sescsp

O espetáculo Abismo, de 2016, resulta paradigmático nesse sentido. O caráter inato das raízes culturais é expresso no palco enquanto cada indivíduo em cena é refletido por meio de um veleiro – barco de papel à maneira do origami, fixado à mão de seis das sete bailarinas – para expressar a emoção de han, a sensibilidade por excelência, palavra usada para descrever ressentimento ou tristeza profundamente arraigados no mar da alma.

Imalẹ̀ Inú Ìyágba – Adnã Ionara (Brasil/SP)
Data: 6 de outubro | quarta | 19h
Local: youtube.com/sescsp
Duração: 25 minutos.

A artista da dança se guia pelas mãos da escritora mineira Conceição Evaristo, a começar pelo conceito de “escrevivência”, aescrita nascida do cotidiano, das lembranças, da trajetória de vida da própria autora tensionada por uma experiência coletiva. Despontando jornadas escurecidas, Adnã Ionara narra uma dança que fortalece e dá movimento à raiz que ela carrega.

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Delirar o Racial – Davi Pontes e Wallace Ferreira (Rio de Janeiro)
Data: 6 de outubro | quarta | 21h 
Local: youtube.com/sescsp
Duração: 40 minutos

Em edição audiovisual exclusiva para esta Bienal de Dança, a performance de Davi Pontes e Wallace Ferreira anula as convenções de duração e extensão. A obra experimental se propõe a elaborar a diferença sem a chamada separabilidade. A ideia é dar corpo ao pensamento da artista visual e filósofa fluminense Denise Ferreira da Silva ao imaginar um filme “sem o fantasma da linearidade”.

Na Fresta da Certeza, o Vermelho Escuro – Luciane Ramos-Silva (São Paulo)
Data: 7 de outubro | quinta | 19h 
Local: youtube.com/sescsp
Ao vivo do Teatro Sesc Pompeia – Estreia

O trabalho toma como motor a premissa do feminismo negro que observa que a escuridão deve ser abraçada e que o mistério é fundamento e força de contestação. Em pulso coletivo criam interrogações, fricções e alegrias explorando as infinitas possibilidades de jogo narrativo da história.

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Viaduto – Renan Martins & Frankão (Portugal/Alemanha/Brasil)
Data: 7 de outubro | quinta | 21h
Local: youtube.com/sescsp
Duração: 90 minutos.

A audiência brasileira não deve demorar a ser capturada pela escuta na exibição do espetáculo português gravado este ano numa sessão sem público, na região do Porto. Há momentos com músicas de Noel Rosa, passinho do funk e uma canção gospel. Cariocas lá radicados, o diretor e coreógrafo Renan Martins (que também trabalha na cidade alemã de Heidelberg) e o músico Frankão evocam memórias da terra natal e rendem homenagem às manifestações culturais populares urbanas por meio do tradicional baile sob o viaduto Negrão de Lima, em Madureira, templo do charme e do hip hop na zona norte.

Goldfish – Alexandre Américo (Natal)
Data: 8 de outubro | sexta |19h
Local: youtube.com/sescsp
Duração: 38 minutos.

Norteado pelo sentimento e postura de solitude, condição de isolamento voluntário e positivo a contrastar com o advento do chamado distanciamento social imposto pela pandemia. O artista e pesquisador de dança faz da casa um aquário de captações de arquivo que entrelaçam experiências estéticas em tempos e formatos distintos. Há registros de práticas de 2018, ensaios de 2020 e tomadas subaquáticas deste ano, em que a câmera assume o olhar subjetivo.

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Devotees | No’Tro Corpo – João Paulo Lima (Fortaleza)
Data: 8 de outubro | sexta | 21h 
Local: youtube.com/sescsp

O artista cearense conjuga dois trabalhos na mesma noite na programação. Devotees, na expressão inglesa, visita o lugar do devoteísmo (fetiche por pessoas amputadas) para compor e alinhavar o processo de criação. O movimento do coto, as muletas, a seminudez junto a adereços como máscara, lenços e jockstrap, peça íntima erótica, acompanham um corpo ao provocar no outro o desejo sobre si.

Buraco – Elisabete Finger (São Paulo)
Data: 9 de outubro | sábado | 15h 
Local: youtube.com/sescsp – Ao vivo para crianças
Duração: 45 minutos. 

As múltiplas formas de um cubo que não demora a se revelar mágico, de uma montanha de plástico que dá margem para a imaginação voar longe e de um túnel de tecido que lembra o cordão umbilical são alguns dos territórios atravessados pela expedição de três criadores e performers em torno da anatomia humana.

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Iku– Núcleo Ajeum (São Paulo)
Data: 9 de outubro | sábado | 19h
Local: youtube.com/sescsp
Ao vivo do Sesc Vila Mariana

As culturas africana e afro-brasileira embasam o trabalho que lança mão de uma leitura do conceito de necropolítica, conforme o pensador camaronês Achille Mbembe chamou o poder do Estado decidir quem pode viver ou deve morrer em conjunturas de absoluta desigualdade na distribuição de renda, como a brasileira.

Taoca – Uýra Sodoma (Manaus)
Data: 9 de outubro | sábado | 21h
Local: youtube.com/sescsp

A artista visual multimídia Uýra Sodoma exibe em primeira mão uma fotossíntese de imagens que performou em deslocamentos realizados com emanações socioambientais e políticas. Ela busca mostrar que a encantaria está viva e o sagrado não é lenda.

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O Que Mancha – Beatriz Sano e Eduardo Fukushima (São Paulo)
Data: 10 de outubro | domingo | 19h
Local: youtube.com/sescsp
Ao vivo do Teatro Sesc Campinas
Duração: 30 minutos.

A peça de dança teve origem numa pesquisa sobre flanar, o andar ociosamente, sem rumo nem sentido certo. Na impossibilidade da estreia presencial, porém, Beatriz Sano e Eduardo Fukushima, coreógrafos e dançarinos, a reelaboraram em formato de vídeo.

Este Corpo Tão impermanente… – Peter Sellars (EUA/China/Holanda/Índia)
Data: 10 de outubro | domingo | 21h
Local: youtube.com/sescsp

Quatro artistas virtuosos e singulares – a resplandecente cantora do sul da Índia Ganavya Doraiswamy, o transcendente dançarino de improvisação Michael Schumacher, o pioneiro calígrafo Wang Dongling e o inventivo diretor Peter Sellars criaram uma meditação simultânea de pouco mais de uma hora que explora duas páginas deste texto visionário, colaborando em ciberespaço de Portland, Amsterdã e Hangzhou.

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Andy Santana

CEO do Soda Pop, fotógrafo, inquieto, formado em moda e que ama música. Não exatamente nesta mesma ordem!

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